segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Montagem Equatorial Libra

Montagem Equatorial Libra
Montagem Equatorial Libra

Sempre digo que uma das principais vantagens de projetar os próprios equipamentos é a possibilidade de aprimorá-los. Ao passo que surge uma nova idéia, ou mesmo que se identifique uma deficiência, é possível providenciar novas soluções capazes de impulsionar o desempenho.

Um projeto como esse demanda muita criatividade e persistência, principalmente no meu caso que resido numa pequena cidade do interior de Goiás, conseguir as peças necessárias é um desafio, pois exige muito tempo de procura e custa muito caro. O monitoramento do custo do projeto é feito continuamente, afinal não é interessante que ele custe muito mais do que um produto comercial equivalente.

Em 4 de novembro de 2012 eu publicava neste blog a primeira versão da minha montagem equatorial, o projeto original funcionou bem, porém contava com algumas deficiências que dificultariam a prática da astrofotografia de céu profundo, que é o principal objetivo do equipamento em questão.

No dia 1º de junho de 2013 algumas modificações foram feitas a fim de minimizar tais deficiências e corrigir algumas falhas do projeto original; o ponto negativo desta reconfiguração foi a substituição dos motores unipolares de 200 passos por motores bipolares de 48 passos, tal mudança foi necessária porque a redução secundária do projeto inicial possuía uma considerável folga no acoplamento com os motores de 200 passos, já os motores de 48 passos possuíam uma redução original de 120:1 que funcionava muito bem. Com esta redução tão elevada a montagem perdeu bastante em termos de velocidade, conseguindo apenas 16x em slew, portanto isto deveria ser revisto logo.

Para conseguir fazer o upgrade desejado precisei investir em polias sincronizadas, porque foi a melhor maneira que encontrei de transmitir a rotação do motor para os eixos da montagem, bem como produzir a redução secundária necessária. As polias sincronizadas além de serem bem eficientes na transmissão, são também muito versáteis na sua instalação.

Polias sincronizadas encomendadas especificamente para a Montagem Libra.
O objetivo era conseguir a redução total (primária x secundária) em torno de 1000:1, então considerando que a coroa do eixo polar possui 244 dentes (244:1), instalei um par de polias cuja relação é de 4:1, portanto: (244 x 4) = 976:1 (algo bem próximo do objetivo). Já no eixo de declinação ficou assim (144 x 6) = 864:1.

Par de polias sincronizadas instaladas no eixo DEC.
A seguir listo todos os itens que foram corrigidos:
  • Instalação dos motores de 200 passos e polias sincronizadas;
  • Instalação de suportes completamente ajustáveis aos sem-fim de ambos os eixos;
  • Correção do ângulo das pernas da base e acréscimo no tamanho para melhorar a estabilidade;
  • Instalação de niveladores nas pernas da base;
  • Instalação de espaçadores na base do dovetail;
  • Correção da folga entre a montagem e o pilar;
  • Eliminação dos freios;
  • Substituição de todos os parafusos de aço comum por parafusos inoxidáveis;
  • Eliminação da folga entre os eixos e correção da ortogonalidade;
Agora demonstro em fotos as principais alterações:

Eixo A.R.
Como era o eixo de ascensão reta...

Como ficou.
Suporte do sem-fim AR totalmente regulável e rígido.
Eixo DEC
Como era...
Como ficou.
Suporte do sem-fim DEC totalmente regulável e rígido.
Parafuso de ajuste de tensão da correia dentada.
Parafusos
Como era...
Como ficou com os parafusos inoxidáveis.
Comparação do material.
Pilar
Como era...
Como ficou.
Enfim, agora o próximo passo é esperar por céus limpos para colocar o equipamento em campo e testar a sua verdadeira capacidade. Assim que possível publicarei os resultados neste blog.

A partir de agora considero o status do projeto desta montagem como finalizado, portanto decidi chamá-la de Montagem Equatorial Libra.

Agradeço pela visita e leitura!