No dia 31 de outubro de 2016 foi apresentado no blog a Toto Mount, desde então a montagem ficou à espera de condições favoráveis aos testes em campo, sendo elas diretamente proporcionais à qualidade do céu noturno (seeing) e à minha disponibilidade de tempo. Na publicação anterior eu havia prometido descrever os passos da construção, porém acabei mudando de ideia e decidi primeiramente realizar os testes em campo porque podem surgir algumas alterações no projeto. Finalmente, em 04 de janeiro de 2017, a almejada noite de testes chegou e publicarei aqui os resultados.
Preliminarmente, esclareço que os testes foram direcionados exclusivamente à atividade-fim do projeto, ou seja, astrofotografia de céu profundo, portanto, a abordagem realizada não incorporou métodos de aferição sistemática com rigorosa obediência ao método científico coletando, quantificando e classificando os dados obtidos. No entanto, asseguro que o rigor foi mantido para evitar a produção de resultados falso-positivos. Os testes não tiveram como escopo aferir erro periódico, capacidade máxima de carga, ortogonalidade dos eixos, nem qualquer outra coleta de dados a não ser a astrofotografia de longa exposição, porque é este o seu desiderato!
O primeiro passo foi o alinhamento polar da montagem, laconicamente este processo consiste em alinhar o eixo polar da montagem com o eixo de rotação do planeta, para isto foi empregado o método da derivação (drift) com o auxílio de uma webcam (SPC880NC). Durante o processo verifiquei que o ajuste de latitude se mostrou pouco prático e merece uma revisão futura, mas ainda assim é possível usá-lo satisfatoriamente; já o ajuste de latitude funcionou exatamente conforme o desejado. Abaixo segue o link para um vídeo de aproximadamente cinco minutos do planeta Vênus próximo ao horizonte e com turbulência atmosférica, a configuração consiste em um telescópio refrator Orion ED80 + webcam SPC880NC (aprox. 100x de aumento).
LINK: Vídeo: Planeta Vênus
Assegurado o alinhamento polar, a próxima fase seria realizar capturas de longa exposição com este mesmo telescópio, porém com uma câmera DSLR Canon 450D acoplada. Nesta etapa descobri uma falha que impossibilitou este tipo de captura: o driver ASCOM do PicGoTo de alguma forma inverte o sentido dos motores e, ao acioná-lo, o motor de ascensão reta da montagem passa a trabalhar em sentido inverso ao desejado.
No dia 07 de janeiro de 2017 voltei aos testes (precisei inverter dois fios dos motores para assegurar a compatibilidade com o driver ASCOM), refiz o alinhamento polar e retomei as atividades de onde haviam sido interrompidas, porém não fiz um alinhamento polar tão primoroso quanto o primeiro. Apesar da Lua em fase crescente (62% iluminada), aproveitei para fazer o teste de longa exposição assim mesmo.
Foi utilizado o programa PHD Guiding para a tarefa de autoguiagem, vejam abaixo o gráfico:
O gráfico não está ruim para a configuração, mas percebi dois pontos para melhorar a qualidade da guiagem na próxima captura: 1) melhorar o alinhamento polar; 2) regular o balanceamento que fiz apressadamente.
Segue abaixo duas exposições de 300s em ISO400 (exposições únicas!):
Os testes me deixaram muito satisfeito, o desempenho da montagem foi satisfatório. O próximo objetivo é fazer uma captura completa com várias horas de exposição e processamento adequado.
Nas próximas publicações continuarei a publicar detalhes e os avanços com a Toto Mount.
Abraços!
Preliminarmente, esclareço que os testes foram direcionados exclusivamente à atividade-fim do projeto, ou seja, astrofotografia de céu profundo, portanto, a abordagem realizada não incorporou métodos de aferição sistemática com rigorosa obediência ao método científico coletando, quantificando e classificando os dados obtidos. No entanto, asseguro que o rigor foi mantido para evitar a produção de resultados falso-positivos. Os testes não tiveram como escopo aferir erro periódico, capacidade máxima de carga, ortogonalidade dos eixos, nem qualquer outra coleta de dados a não ser a astrofotografia de longa exposição, porque é este o seu desiderato!
O primeiro passo foi o alinhamento polar da montagem, laconicamente este processo consiste em alinhar o eixo polar da montagem com o eixo de rotação do planeta, para isto foi empregado o método da derivação (drift) com o auxílio de uma webcam (SPC880NC). Durante o processo verifiquei que o ajuste de latitude se mostrou pouco prático e merece uma revisão futura, mas ainda assim é possível usá-lo satisfatoriamente; já o ajuste de latitude funcionou exatamente conforme o desejado. Abaixo segue o link para um vídeo de aproximadamente cinco minutos do planeta Vênus próximo ao horizonte e com turbulência atmosférica, a configuração consiste em um telescópio refrator Orion ED80 + webcam SPC880NC (aprox. 100x de aumento).
LINK: Vídeo: Planeta Vênus
Assegurado o alinhamento polar, a próxima fase seria realizar capturas de longa exposição com este mesmo telescópio, porém com uma câmera DSLR Canon 450D acoplada. Nesta etapa descobri uma falha que impossibilitou este tipo de captura: o driver ASCOM do PicGoTo de alguma forma inverte o sentido dos motores e, ao acioná-lo, o motor de ascensão reta da montagem passa a trabalhar em sentido inverso ao desejado.
No dia 07 de janeiro de 2017 voltei aos testes (precisei inverter dois fios dos motores para assegurar a compatibilidade com o driver ASCOM), refiz o alinhamento polar e retomei as atividades de onde haviam sido interrompidas, porém não fiz um alinhamento polar tão primoroso quanto o primeiro. Apesar da Lua em fase crescente (62% iluminada), aproveitei para fazer o teste de longa exposição assim mesmo.
Foi utilizado o programa PHD Guiding para a tarefa de autoguiagem, vejam abaixo o gráfico:
Para um teste preliminar ficou bom e sei que pode ficar ainda melhor! |
Segue abaixo duas exposições de 300s em ISO400 (exposições únicas!):
Nebulosa de Órion M42 |
Foto anterior com destaque para as estrelas pontuais (objetivo). |
Nebulosa da Tarântula |
Nas próximas publicações continuarei a publicar detalhes e os avanços com a Toto Mount.
Abraços!