sábado, 25 de agosto de 2018

Sistema de Motorização: PicGoTo

Desenho digital de uma placa PicGoTo++.
Em continuidade à publicação anterior, neste artigo falarei sobre o PicGoTo, que foi o primeiro circuito que montei para motorizar uma montagem equatorial. Este sistema me foi apresentado em meados de 2.011 pelo meu ilustre amigo José Marcos Baungartner, acredito que ele foi o primeiro a montar este sistema no Brasil, inclusive a minha primeira placa PicGoTo foi ele quem montou, logo depois eu montei a minha própria placa com algumas alterações.
Versão standard do PicGoTo que montei para uma EQ5.
Fotos dos componentes da placa já soldados.
PicGoTo é um sistema criado por Ángel Caparrós e que utiliza um controlador pic para controlar os motores de uma montagem equatorial provendo excelentes recursos como goto e autoguiagem. O sistema é livre e gratuito para quem quiser construir a sua própria placa, sendo proibido comercializá-lo. Há diversas versões de circuitos, desde placas bem simples (como a que eu montei) a circuitos bem complexos como o PicGoTo++. No Brasil uma das pessoas mais experientes com o sistema é o meu amigo Rafael Compassi, portanto pedi a ele que escrevesse um pequeno review  sobre o sistema, o qual segue abaixo:

"Existem algumas variações do picgoto, que explicarei adiante, mas basicamente o sistema consiste em um (ou mais) integrados da família PIC com uma etapa de potência. O PIC é o responsável pela comunicação, cálculos de velocidade e geração de pulsos para os motores. A etapa de potência amplifica esses pulsos de nível lógico de baixa corrente, para uma corrente e tensão maiores, necessários para os motores de passo.
As versões existentes são as seguintes:
Picgoto standard: 1 PIC controla os dois eixos. Limitado a gotos de 150 a 200x a velocidade sideral.
Picgoto++: 2 PICs, 1 para cada eixo. Suporte a focalizador e roda de filtros. Maiores velocidades de goto (teoricamente passa de 1000x a sideral, mas depende muito de motores de alto desempenho para chegar a tanto).
Picgoto step/dir: somente 1 PIC, sem etapa de potência, necessita de um driver externo de potência, como um drv8825. Velocidades máximas de goto limitadas como a versão standard.

Apesar de ser um ótimo controlador de montagem, requer certa experiência para confeccionar a placa e soldar os componentes, dimensionar outros para limitação de corrente, gravar os integrados PIC ou confeccionar as bobinas toroidais, no caso da versão ++.
Grupo de discussão, com os arquivos esquemáticos, drivers e firmwares: https://es.groups.yahoo.com/neo/groups/Picgotogroup "
Rafael Compassi 
PicGoTo++ do Rafael Compassi.
Como disse o Rafael, dentre todos os sistemas que enumerei no artigo anterior, o PicGoTo é o que exige mais conhecimento em eletrônica para ser montado, pois faz-se necessário confeccionar a placa de circuito impresso, gravar microcontroladores (necessário gravador pic) e fazer inúmeras soldas. Acredito que é um dos sistemas mais baratos para montar, caso você possua o conhecimento exigido, porque os componentes são baratos e fáceis de encontrar em lojas de componentes eletrônicos.

Uma boa vantagem que vejo neste sistema é a qualidade do driver ASCOM presente no picgoto server que o torna capaz de ser operado por qualquer programa com suporte ASCOM, além disso o programa possui inúmeras funcionalidades que te permitem configurar qualquer montagem e realizar ajustes finos. O único fator que considero pouco prático é a necessidade de se utilizar um cabo conversor USB-Serial para operar o sistema.
Janela do picgoto server.
Geralmente o material sobre esta ferramenta é apresentado em espanhol, existem páginas na internet, manuais e um bom grupo de apoio no Yahoo Groups.

Alguns links interessantes para quem deseja estudar mais sobre o PicGoTo:

Página Oficial:

Grupo Picgoto:


Na próxima publicação falaremos sobre o AstroEQ.


Abraços e até a próxima!!


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