Quem nunca olhou para o céu e o admirou por um breve
instante? Curiosamente, o homem é seduzido pelo Cosmos, independentemente de
sua fé, nacionalidade, raça ou sexo, as estrelas sempre aguçam a curiosidade
humana há milênios de anos. Talvez pelo fato delas se mostrarem sempre
indiferentes às nossas vontades, imunes ao tempo e imutáveis, como pensavam os
intelectuais antigos. No entanto, o problema é que a vida humana é curta demais
para contemplar as alterações que ocorrem no firmamento, algumas delas ocorrem
a cada milênio outras necessitam de muito mais tempo, pois a vida das estrelas
é contabilizada em milhões ou até em bilhões de anos, algo muito além da nossa
expectativa de vida.
Poucos sabem o quanto estamos conectados às estrelas, mas
somos intimamente ligados a elas, pois estes minúsculos pontos luminosos
observados aqui da Terra na verdade são imensas fornalhas nucleares onde os
átomos pesados, responsáveis por tudo aquilo que entendemos como mundo, são
forjados em condições extremas de temperatura e pressão.
A nossa existência, a qual admiramos tanto, só é possível
devido à presença de átomos que foram criados no interior das estrelas e que de
alguma forma se combinaram através de complexas ligações químicas dando origem
a este milagre que chamamos de vida. Possivelmente esta antiga relação entre
vida e estrelas nos faz olhar para cima e questionar como tudo funciona.
A internet está farta de imagens do Universo, são imagens estonteantes, mas que pouco traduzem aquilo que realmente é visto através das lentes de um telescópio. As fotos são produzidas pelos sensores das câmeras cuja sensibilidade e capacidade de formar imagens é bem diferente do olho humano. A observação direta é mais acalorada e recheada de emoção, a percepção é inerente a cada pessoa, isto torna a observação mais íntima, convertendo-se em uma experiência única.
A imagem abaixo nos mostra como vemos a Lua e o planeta Saturno a olho nú:
A internet está farta de imagens do Universo, são imagens estonteantes, mas que pouco traduzem aquilo que realmente é visto através das lentes de um telescópio. As fotos são produzidas pelos sensores das câmeras cuja sensibilidade e capacidade de formar imagens é bem diferente do olho humano. A observação direta é mais acalorada e recheada de emoção, a percepção é inerente a cada pessoa, isto torna a observação mais íntima, convertendo-se em uma experiência única.
A imagem abaixo nos mostra como vemos a Lua e o planeta Saturno a olho nú:
Note que a aparência de Saturno é muito similar a uma estrela comum, nenhum detalhe pode ser observado. |
Somos movidos pelas perguntas, mesmo que não consigamos as
devidas respostas, são elas, as dúvidas, que nos fazem ir mais longe, as
respostas são apenas complementos daquilo que nos move. Sempre que observamos
as estrelas queremos ver mais longe e para isso precisamos de telescópios, pois
são capazes de ampliar aquilo que está distante. Durante o primeiro contato com
um destes instrumentos criamos expectativas surreais sobre aquilo que iremos
observar, algo bem representado na imagem abaixo:
No resultado apresentado acima escolhemos Saturno como
referência, para aquele observador mais empolgado, talvez seja algo
desanimador, no entanto, a quantidade de informação agregada a esta imagem é incrivelmente
grande. Saturno é o sexto planeta a partir do Sol, possui raio nove vezes maior
do que o da Terra e está a 1.283.400.000 (um bilhão e duzentos e oitenta e três
milhões e quatrocentos mil) de quilômetros de distância da Terra, a luz que chega
aos nossos olhos naquele instante através do telescópio precisou de uma hora e
dezenove minutos para viajar de Saturno até a Terra. Então, se algo ocorresse
em Saturno naquele instante, você ficaria sabendo apenas após uma hora e
dezenove minutos.
A imagem superior foi realizada por uma sonda espacial na
órbita de Saturno, equipamentos sofisticados foram utilizados; já a imagem subsequente
foi obtida com um pequeno instrumento amador com uma simples câmera
de baixo custo; além das diferenças instrumentais, há também que se considerar
a atmosfera terrestre que limita bastante a resolução dos equipamentos óticos
utilizados na Terra para observar o Universo.
Outrossim, as imagens que vemos em uma fotografia ou na tela
de um computador estão contidas em um plano bidimensional, com isso perdemos a
noção de profundidade inerente ao mundo real, capaz de ser observada apenas através
da ocular de um telescópio.
Imune à idade do observador ou à sua escolaridade, bem como
a qualquer outro fator pessoal, uma observação telescópica sempre será de tirar
o fôlego e nos levará cada vez mais profundo na nossa história!
Abraços a todos!