Pilares da Criação fotografados pelo telescópio espacial James Webb |
Nos últimos dias fomos presenteados com imagens inéditas dos Pilares da Criação feitas pelo telescópio espacial James Webb, então acho muito oportuno demonstrar o quanto uma pessoa em casa está conectada com tudo isso.
Fizemos um vídeo incrível sobre o assunto, veja no YouTube: https://youtu.be/ljPMKWszUZQ
Importante mencionar que: as imagens são inéditas do ponto de vista que esta foi a primeira fotografia feita com o James Webb dos Pilares da Criação, pois este é um dos objetos mais fotografados e estudados pela humanidade.
Mas o que são os Pilares da Criação?
Resumidamente são enormes estruturas de poeira e gás no coração da Nebulosa da Águia, na constelação de Serpente. É uma região recheada de jovens estrelas porque é justamente um local de criação de novas estrelas, daí a origem do seu nome. Estas estruturas ficaram muito famosas em virtude de uma foto tirada em 1995 com outro telescópio espacial, o nosso querido Telescópio Hubble. Você que curte astronomia certamente já viu esta foto em algum livro ou algum site especializado no tema, pois é uma foto emblemática e muito querida pelos amantes da astronomia.
Foto do telescópio espacial Hubble |
O que torna a imagem do James Webb tão especial?
Bem, em primeiro lugar temos a lacuna de 27 anos entre a foto do Hubble e a do James Webb, então o gap tecnológico entre ambas as imagens é assustador! O Hubble quando foi lançado utilizava o que havia de mais moderno na época em termos de tecnologia, o mesmo se aplica ao James Webb, que foi lançado ao espaço em 25 de dezembro de 2021.
Qual o nosso lugar nisso tudo?
Falamos aqui sobre dois colossos da astronomia, isto é, dois telescópios espaciais responsáveis por entregar imagens instigantes do Universo. Agora vamos alterar a escala cósmica para uma pessoa sozinha e com uma lente fotográfica em mãos apontada para os Pilares da Criação!
Eu fotografei os pilares no dia 28 de julho de 2022 durante o 13º EBA (tem até um vídeo no meu canal sobre o evento - Link) enquanto que o Webb apresentou a dele em 19 de outubro de 2022. Na minha imagem vemos que o campo é muito maior, isto porque estou trabalhando numa escala de imagem muito maior também, e com muito menos ampliação do que o Hubble ou o Webb. Então como estou ampliando menos, o meu campo é bem maior pegando não apenas a Nebulosa da Águia como também a Nebulosa Ômega, que é outro objeto fantástico.
Foto do autor: Nebulosa da Águia e Nebulosa Ômega |
Na foto abaixo vemos o equipamento completo que utilizei para fazer a foto. A lente possui 135mm de distância focal e 67,5mm de abertura, enquanto que o Hubble, por exemplo, possui 57.600mm de distância focal e 2.400mm de abertura! É muito superior! Há outros fatores a serem levados em consideração como o sensor utilizado e tudo mais, pois tudo isso influencia nas características do campo, mas aqui é apenas um breve informativo.
Equipamento utilizado para fazer a foto. |
Mas cadê os pilares na sua foto?
Lembram que eu disse que eles ficam no coração da Nebulosa da Águia? Então vamos dar um zoom aqui nesta nebulosa. Então conforme a gente vai dando zoom percebemos a estrutura no local mencionado, vejam que temos muito menos resolução do que o Hubble e principalmente em relação ao Webb, mas o objetivo não é competir ou muito menos superar. O objetivo é apresentar o quão próximos estamos disso tudo e principalmente o quanto estamos conectados com o Cosmos!
Pilares da Criação no centro da imagem. |
Vou deixar os links das imagens em resolução máxima para comparação (caso queiram fazer isso). Vocês verão que a diferença de resolução e detalhes é absurda, justificando toda a pesquisa e investimento nos observatórios profissionais, principalmente os espaciais.
Espero que tenham gostado.
Abraços!